foto: Victor Miriyama – tirada da reportagem do Jornal O Vale
Ao olhar essa foto, meu coração chora os choros que nessa face passou. Um olhar sofrido, uma espera de vida não muito longo e um rio que desaparece em sua frente, sem margens de direção, sem oceanos para desaguar.
É uma senhora, talvez avó, quiça bisavó, mãe de quantos filhos sera? É uma mulher cuja familia se viu pressionada pela falta de sensibilidade de uma constituição, em que diz que todos têm direito à moradia, assim como os direitos humanos, mas que um parecer, de uma única pessoa põe suas esperanças num infinito do futuro, sem visão.
Uma mulher, que expressa doçura no olhar, embora perplexa pela situação… situação esta que seria perder todos os seus bens materiais, não ter um teto seu – que fora construido, talvez, pelas proprias mãos, com cimento ou madeira, mas que se tornara o ninho para seus filhos.
Quando olho para seu olhar, vejo lágrimas que fizeram de sua pele um caminho, que de tanto chorar, nunca mais foi embora.
Quando olho para ela, vejo uma filha de Deus, que ora, pedindo a Ele: “Oh! Senhor porque me abandonastes”, mas Ele não falta a ninguém e as armas da Fé e Esperança ganharam. Por enquanto sem prazo determinado, mas logo logo, com seus tributos nas mãos, terão a certeza que a existencia Dele é eterna. Pode ser vestida de um rapaz simples, que sai de seu lar, Campinas, ou de uma moça que sai de São Bernardo ou de Políticos que têm seu interesse – agora não importa – mas junto todos venceram essa etapa.
Saiba, minha Senhora Anônima, que eu aqui debaixo do meu teto me sensibilizei com sua dor, como a de todos, bons ou maus, jovens ou idosos, crianças ou adultos, mas seres que pedem direito a viver.
Saiba, também, que pessoas humanas, sofreram por vocês em outros países, em outros campos assentados, em outros lares.
Seu rosto jamais sairá da minha imaginação, pois ele se apossou de meu coração. Seja feliz! Estaremos por aqui, fazendo a pressão necessária para que isso aconteça, e ai, sim poderemos conhecer seu sorriso.
mundoidoso 